Valeria Costa
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Os 36 anos de experiência na cozinha do chef portugués José Nogueira, poderá ser transformado em um livro de receitas luso-venezuelanas, conforme projeto que o cozinheiro vem analisando para um futuro breve.
Nogueira, de 54 anos, é sócio-proprietário do restaurante “El Remo”, localizado na avenida 4 de mayo da ilha de Margarita. Bastante freqüentado pela sociedade margaritenha e turistas que passam pelo estado, o restaurante é um dos ícones da cozinha luso-venezuelana da regiao.
Natural da freguesia do Soto no Distrito de Braga, Nogueira chegou em Margarita há 32 anos (a completar no próximo dia 9 de março), atraído pelo movimento de expansao e desenvolvimento que a regiao experimentava entao.
Segundo conta, uns portugueses que já viviam aqui e mantinham um restaurante, estavam de férias em Portugal e o convidou para tentar a vida em Margarita. “Eu trabalhava no restaurante de um hotel em Lisboa quando recebi essa proposta. Aceitei, vim primeiro sozinho, gostei e depois veio minha esposa”, relembra.
Sem um nome definido para o livro de gastronomia, José Nogueira diz que primeiro vai selecionar receitas diversas e, posteriormente, começar o processo de escrever de fato.
Ele pretende mezclar as duas cozinhas: Portuguesa e venezuelana, tendo como pontapé as inúmeras receitas que ele próprio tem criado ao longo dos últimos anos, num total de mais de 100 pratos, que podem ser comprovados no menú do restaurante.
“No decorrer do tempo fui observando os produtos e criando pratos diferentes”, acrescenta. Um exemplo é o famoso prato “La cola de mero sudada”, criado por ele há cerca de 10 anos e o que fez seu estabelecimento se destacar entre os demais na regiao, sendo até hoje um dos cardápios mais solicitados pelos clientes.
A arte de cocinar
Com muitos projetos neste sentido, Nogueira também revela a intençao de criar uma própria escola de gastronomia, cujo objetivo principal é formar pessoas na arte de cozinar e tudo o que envolve o labor numa cozinha, desde a higiene até ao prato final.
Mas, isso, adiantou, ainda é um projeto a longo prazo, para quando se aposente e tenha mais tempo para desenvolver planos pessoais. O primeiro passo deverá ser a publicaçao do livro que nao será direcionado somente para profissionais do ramo, mas sobretudo para o público em geral.
Curiosamente, a paixao pela cozinha nao nasceu com Nogueira, mas foi crescendo no decorrer de sua experiência em diversos restaurantes tanto em Portugal quanto na Venezuela. Ele conta que antes de enveredar entre panelas, pratos e comidas, trabalhava no campo com seu pai na regiao em que nasceu e o clima frio contribuiu para que ele fosse procurar um outro meio de vida na cidade. Aos 17 anos, saiu de casa e seu primeiro trabalho no ramo foi no restaurante do Grande Cassino Figueira da Foz, na regiao central portuguesa. “Eu nao pensava em cozinha e sim em estudar. No início nao tinha muita prática, mas depois comecei a pegar o gosto pelo ramo”, finaliza, orgulhoso.