Vergílio Ferreira (Portugal, 1916-1996), novelista e ensaísta vencedor do Premio Camões em 1992, continua a influenciar a literatura e, especialmente, a poesia. Estudou Filologia Clássica, tendo-se licenciado em 1940 pela Universidade de Coimbra.
O seu início de carreira ficou marcado por uma influência neo-realista, a qual pode se apreciada em obras como “O caminho fica longe” (1943); “Onde tudo foi morrendo” (1944) e “A face sangrenta” (1949). Estes trabalhos abriram outros caminhos para Ferreira, que também demonstrou o peso do existencialismo francês.
Ainda com estas fontes de inspiração mostrou o seu próprio estilo, tal como se observa em “Mudança” (1949).
Entre as suas novelas, podemos destacar “Manhã Submersa” (1954), “Aparição” (1959), “Cântico Final” (1960), “Alegria Breve” (1965), “Nítido Nulo” (1971), “Apenas Homens” (1973), “Rápida a Sombra” (1974), “Contos” (1979), “Para Sempre” (1983), “Em nome da terra” (1990), “Na Tua Face” (1993) e “Cartas a Sandra” (1996).
Em matéria de ensaios, também deixou uma grande marca. Entre eles estão “Carta de Futuro” (1958), Da Fenomenologia a Sartre” (1962), “André Malraux, Interrogação do destino” (1963), “Espaço do Invisível” (3 volumes, 1965-1977), “Invocação ao meu corpo (1969) e “Contracorrente” (9 volumes, 1981-1994)
Vergílio tinha uma maneira de pensar muito peculiar e aqui lhes deixamos algumas das suas frases mais conhecidas:
“Ama o impossível, porque é o único que te não pode decepcionar”.
“Escrever é ter a companhia do outro de nós que escreve”.
“O vocabulário do amor é restrito e repetitivo, porque a sua melhor expressão é o silêncio. Mas é deste silêncio que nasce todo o vocabulário do mundo”.
“Que importa que já o saibas? Só se sabe o que já nos não surpreende”
“O mais grave no nosso tempo não é não termos respostas para o que perguntamos – é não termos já mesmo perguntas”.