Altatribuna: «A guerra económica»

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Já se ouviu falar tantas vezes que praticamente é do domínio público o facto de que o primeiro passo que deve ser seguido por um alcoólico é reconhecer-se como tal. Enquanto não o fizer é uma perda de tempo. Jamais poderá deixar esta penosa enfermidade. Ninguém poderá muito menos ajuda-lo. Extrapolo este exemplo ao referir-me a outros campos da vida de cada um dos seres humanos. Empenhar-se em parecer cego ante acontecimentos contundentes não ajuda ninguém. Tratar os demais pensando que são tontos é a pior das tontarias. O tempo é a melhor das testemunhas, inclusivamente no que toca à tomada de decisões tanto pessoais como de outra índole. Adiar o “inadiável”, que gritante é do conhecimento de todo o mundo, é um grande erro. No caso da Venezuela, os adiamentos nas tomadas de decisões têm gerado como consequência a terrível realidade em que vivemos. Um exemplo disto refere-se ao regime que aponta para a Guerra económica. Não enganam já a ninguém com essa história. Não há tal guerra. Só que o defunto expropriou cerca de 60% do aparelho produtivo do país e perto de 60% das terras férteis. E passaram para as mãos do estado. Todos sabemos que tudo o que ali chega se desintegra. Algo assim como na fábula do rei Midas, que em tudo o que tocava transformava em ouro, mas aqui acontece o contrário; tudo o que toca é convertido em… Assim, simples, porque nem sequer custa muito. Delitos sem delinquentes.

Continuar a insistir nesta mentira é o pior dos fracassos porque o que se trata é entender que não poderemos sair do pesadelo sem outra maneira que acabar este conto. É um círculo vicioso no qual nos toca convencermo-nos sem esperanças de o conseguirmos porque já o sabemos. Que fazer? Aceitar que o defunto se precipitou com estas decisões e proceder à correcção dos erros. Tarefa nada fácil porque seria reconhecer que houve erros e isso quiçá nunca o farão.

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