Carlos Fernandes, deputado do PSD-M à Assembleia Legislativa da Madeira, espera que a retoma dos voos da TAP entre Caracas e Lisboa venha a contribuir, em breve, para a inclusão da Madeira neste percurso, tal como já aconteceu no passado.
«Consideramos que é muito oportuno que a TAP volte a ter ligações aéreas com a Venezuela, que era uma reivindicação da nossa comunidade, que tanto esperou por esse momento”, afirmou o parlamentar ao JM a ser instado comentar o regresso dos voos comerciais de passageiros entre as duas capitais, retoma que a companhia comunicou hoje e que confirma a notícia avançada pelo nosso jornal na quinta-feira.
“Não tem sido fácil para os portugueses que estão na Venezuela e também para os que estão na Madeira, terem de apanhar três a quatro voos para poderem vir cá ou ir lá”, lembrou Carlos Fernandes, observando que após ser conhecido o fim das das restrições, “não se esperava outra posição por parte da TAP, até porque já vem enquanto o transporte de carga desde há algum tempo”.
Para o deputado social democrata, este início do regresso à normalidade pede também um acerto com a história e com a realidade. “A nossa comunidade merece e só espero que isto seja o início de um processo que traga mais voos que, num futuro próximo, possamos ter ligações aéreas diretas entre a Madeira e Caracas”, apelou.
“Se repararmos, a maioria dos passageiros que vem desde Caracas tem como destino a Região Autónoma da Madeira, daí que só se possa pensar neste cenário”, justificou Carlos Fernandes, acrescentando ainda os factos de o “Estado português ser o sócio maioritário da TAP” e ainda “o orgulho que os portugueses sentem em viajar na sua companhia de bandeira nacional”.
“Vamos estar cá a fazer uma pressão consciente e sem extremismos”, prometeu o parlamentar, observando que todos devem saber “que apesar de a Venezuela possuir uma importante comunidade portuguesa, é também um país instável em termos políticos e económicos”.
Noutro, o deputado do PSD-M marcou hoje presença no Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na Europa, que esteve reunido em Lisboa, na Sala dos Concursos, no Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Na ocasião, o parlamentar, que nascido na Venezuela, fez questão de transmitir um conjunto de preocupações à secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, nomeadamente ao nível do funcionamento dos consulados e a falta de ligações aéreas directas por parte da TAP entre a Madeira e cidades como Londres ou Paris, situação que qualificou como “inadmissível”.
Outra preocupação manifestada no referido encontro tem a ver com o programa Regressar, “o qual não abrange totalmente as regiões autónomas da Madeira e dos Açores”, lembrou.
“Acho que podemos ultrapassar isto, pois também somos portugueses e nós, na Madeira, assistimos ao regresso de mais de 10 mil lusodescendentes e madeirenses que estavam na Venezuela, que têm merecido especial atenção por parte do Governo Regional, mas que são abrangidos pelo programa Regressar”, lamentou.