O Conselheiro da Diáspora Madeirense pela Europa, José António Gonçalves, espera que os “novos investimentos” anunciados pelo Governo da República nos canais públicos de televisão e rádio de grupo RTP se traduzam em “mais conteúdos regionais na RTP-Internacional, RDP-Internacional e nas plataformas digitais da RTP”.
“Quando falo num aumento de produção de conteúdos para a RTP-Internacional e RDP-Internacional, digo também que este deve ser equitativo, ou seja, os conteúdos devem incluir, englobar, considerar todas as Regiões do País, sem esquecer as duas Regiões Autónomas e a Diáspora, porque é na diversidade cultural que a RTP-Internacional conseguirá se diferenciar, e valorizar a diversidade existente na ‘Portugalidade’”, defendeu o responsável, na segunda-feira passada, durante a Conferência Internacional do Conselho de Opinião da RTP, em Lisboa.
José António Gonçalves “aplaudiu” o facto da RTP-Internacional ter transmitido em direto do Cortejo Alegórico da Flor na Madeira, mas lamentou que o canal não tenha conseguido “encontrar 10 minutos para transmitir em direto o já famoso fogo de artifício da passagem de ano na Madeira”.
“É importante assinalar que a RTP–Internacional chega, via diversos operadores de telecomunicações estrangeiros, ao lar de muita gente que gosta de Portugal ou que, agora com o ‘boom’ turístico que se regista, gostaria de conhecer melhor o nosso país”, observou o conselheiro, questionando: “Quem melhor do que a RTP–Internacional para fazer essa divulgação televisiva do nosso país pelo mundo fora?”
Para José António Gonçalves, “há programas culturais e séries documentais da RTP de grande interesse que deveriam ser transmitidos na RTP-Internacional e que mereciam mesmo ser legendados em inglês para a Europa, América e África do Sul e em espanhol para a América latina.”
«Dar uma boa imagem do melhor que se faz no nosso país em geral, e nas suas Regiões Autónomas e do interior de Portugal Continental em particular, é, na minha opinião, também uma obrigação do serviço público», disse, considerando que o além do telejornal nacional, também os dos Açores e da Madeira «devem ir para o ar, em direto para a Europa e em diferido, mas em horário dito nobre, para os outros continentes com fusos horários diferentes.»
«É bom ter presente que dos quase 4 milhões de portugueses e seus descendentes que vivem fora da Europa, mais de 60% são de origem Madeirense e Açoriana ou se preferirem dos 15 milhões de portugueses residentes e não residentes, 17% são de origem Madeirense e Açoriana», alertou.