Ommyra Moreno Suárez
Na segunda-feira dia 15 de maio, o Consulado Geral de Portugal em Valencia, Estado de Carabobo, recebeu os empresários e comerciantes portugueses afetados pelas pilhagens registadas em mais de 40 estabelecimentos da localidade. Durante a reunião, as autoridades escutaram as queixas dos afetados. No local, José Gregório Domingues, comissário da região de Carabobo, juntamente com a sua equipa técnica, ofereceu informação referente a como se deve proceder com as denúncias perante o Cicpc. Ainda, falou na possibilidade de dar apoio financeiro através de créditos de emergência aprovados pelo governo venezuelano, esta e outras medidas fizeram parte das ações propostas numa reunião que se realizou na Casa Amarela de Caracas, onde esteve presente Fernando Teles Fazendeiro, embaixador de Portugal na Venezuela; Luís Albuquerque Veloso, cônsul geral de Portugal em Caracas; Manuel Moreira, representante do Consulado Geral de Portugal em Valencia; juntamente com Thiago Da Silva, presidente da Cámara Venezolana Portuguesa, Fátima Pontes e Leonel Moniz da Silva, conselheiros das Comunidades Portuguesas eleitos pela região ocidente.
Recorde-se que as pilhagens massivas e os confrontos entre civis e forças de segurança do Estado já provocaram pelo menos cinco feridos e dois mortos. Duas das pilhagens mais emblemáticas foram as da Central Madeirense a la Isabélica e da empresa Mocasa em Bella Florida. As primeiras tiveram lugar a 3 de maio e serviram para que outras pessoas pilhagem outros estabelecimentos comerciais das redondezas. No dia 4 de maio, a empresa Mocasa, responsável pelo fabrico de massas Allegri, foi saqueada de madrugada por vândalos que inclusive utilizaram um camião de cargas da empresa para transportarem e levarem a mercadoria.
Funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) chegaram ao local com tanques, enquanto que um helicóptero sobrevoava a zona, para controlar a situação, que se repetiu noutros setores do sul de Valencia. Locais comerciais dos setores como Guacamaya, Flor Amarillo e a avenida Lisandro Alvarado também foram violentados por ladrões que rebentaram as portas ‘santamarías’ para pilharem diversos produtos.
Fontes da comunidade portuguesa local avançaram à Agência Lusa que entre os estabelecimentos comerciais saqueados no estado encontram-se sete padarias, três delas em Naguanágua, duas em Tucuyito, uma em Flor Amarillo e uma em Los Guayos. No entanto, há ainda a registar um talho, uma mercearia e um supermercado em La Isabelica. A imprensa local dá conta de que desde 2 de Maio último na cidade de Valência, pelo menos 90 estabelecimentos comerciais foram saqueados.
Dois dos estabelecimentos pilhados mais emblemáticos foram os da Central Madeirense, na Isabélica, e a empresa Mocasa, na Bella Florida. O primeiro foi na quarta 3 de maio e foi aproveitado por outras pessoas para pilhar outros estabelecimentos comerciais próximos do setor.
Quinta-feira centenas de pessoas saqueavam a fábrica de massa Mocasa, na avenida principal de Bella Florida, em La Guacamaya, e registaram-se concentrações junto de um distribuidor local de massas Alliegri, com populares a forçarem os portões e subtraíram, às costas, em bicicletas e em viaturas, pacotes daquele produto.
Comerciantes locais dão conta de que, nos últimos três dias, foram ainda saqueadas lojas de câmaras de segurança, electrodomésticos, roupa, sapatarias, de bebidas alcoólicas, de peças de reposição e de pneus, entre outras. Entretanto funcionários da Polícia de Carabobo e da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) tentar controlar a situação e impedir novas pilhagens.