A conta alta no supermercado tem desanimado muita gente a seguir com hábitos alimentares saudáveis. Existe a crença de que alimentos de melhor qualidade são mais caros, o que leva muita gente a trocar produtos frescos por ultraprocessados no carrinho de compras.
A nutricionista Irani Gomes dos Santos Souza garante que é possível comer bem, de maneira saudável e sem gastar tanto. “Se considerarmos que a alimentação saudável está relacionada ao consumo de alimentos pouco processados, de preferência in natura, da safra e de mais fácil acesso, conseguiremos ter comida saudável e mais barata”, afirma a professora.
Quando compramos por impulso, a tendência é levar para casa mais do que realmente necessitamos, colocando no carrinho de compras produtos menos saudáveis, com muito sal, gorduras, temperos artificiais e excesso de açúcar. Experimente fazer uma lista de compras antes de sair de casa. Inclua frutas, legumes e verduras da safra, ou seja, que estão em período de produção. Além de saudável, a abundância de oferta reduz o valor dos alimentos.
“Fibras são bem-vindas sempre, mas caso os alimentos integrais lhe pareçam muito caros, avalie a opção de incluir aveia, linhaça, quinoa, farelo de trigo, chia, entre outros”, sugere.
Estudos que relacionam alimentação e qualidade de vida mostram que quanto mais natural é a dieta, mais saudável ela é. Prova disso é a dieta mediterrânea. Por isso, evite o consumo de ultraprocessados, como bebidas açucaradas, salgadinhos, chocolates e sopas instantâneas, e dê preferência aos alimentos in natura. As melhores opções são: frutas, legumes e verduras, e os pouco processados, incluindo carnes magras, feijões, macarrão, arroz, leite e derivados com baixo teor de gordura.
Dieta Mediterrânea é interessante por permitir consumo moderado de vinho, leite e queijo. O cardápio é tradicional na Itália, Grécia e Espanha, usa bastante peixe e azeite, e, desde 2010, é considerado patrimônio imaterial da humanidade. Além de ajudar a perder peso, diminui o risco de doenças cardiovasculares
Quando cozinhamos em casa temos controle sobre todos os alimentos que vão para o nosso prato, garantindo a qualidade nutricional das refeições. “Ainda assim precisamos tomar cuidado com os alimentos que compramos para produzir as receitas. Evite condimentos industrializados, alimentos gordurosos, ou ricos em sal e açúcar”, alerta a nutricionista.
Ter uma alimentação variada é essencial para a saúde, e isso inclui o consumo de proteínas. Elas são responsáveis pelas estruturas e formação das células destinadas aos processos vitais. A alta no custo da carne vermelha, no entanto, fez com que muitos brasileiros retirassem a principal fonte de proteínas da lista de compras.
Alguns alimentos de origem vegetal, ricos em proteínas, podem ser incluídos ao cardápio diário para evitar prejuízos nutricionais, como todos os tipos de feijões, lentilha, soja, grão de bico e ervilha, por exemplo.
“Para evitar anemia, podemos pensar nas verduras verde escuras, feijões consumidos junto a alimentos ricos em vitamina C para potencializar a absorção do ferro, como a mexerica e a laranja, por exemplo”, explica.
Os alimentos integrais preservam melhor os nutrientes. Apesar terem o valor mais alto, a nutricionista explica que eles oferecem melhor custo-benefício.