Lusa.- O diretor regional de Florestas da Madeira, Miguel Sequeira, afirmou hoje que a área ardida é de «vários milhares de hectares», alertando para o perigo de ocorrerem «deslizamentos de aluviões» devido à eliminação do coberto de vegetação das florestas.
Em declarações à agência Lusa, Miguel Sequeira disse que ainda «é muito cedo para avançar com um valor» da área florestal ardida, adiantando que são, garantidamente, «centenas de milhares» de hectares afetados.
Neste momento, a preocupação não é contabilizar a área ardida, referiu o diretor regional de Florestas da Madeira, acrescentando que os fogos que lavraram na região levantam outros problemas.
«Coloca-nos sempre um problema posterior, com que todos temos que estar preocupados, porque foi por cima das grandes urbes, que é a questão dos deslizamentos de aluviões posteriormente», alertou Miguel Sequeira, explicando que «o fogo, ao eliminar o coberto florestal, leva a outra situação de perigo», a libertação das aluviões, uma vez que a vegetação tem uma função fundamental na sua consolidação.
Do ponto de vista de valor natural, a floresta Laurissilva – classificada em 1999 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como Património Mundial — foi afetada «minimamente», declarou o diretor regional de Florestas da Madeira, acrescentando que a área ardida nesta reserva foi de «menos de um hectare», na sua zona sul.
Já o parque ecológico do Funchal está «fortemente afetado», revelou o responsável.
Questionado sobre as medidas a tomar nas áreas florestais ardidas, Miguel Sequeira considerou que «é uma conversa muito longa que tem ser feita depois», escusando-se a adiantar qualquer tipo de informação sobre o futuro das florestas da Madeira.
Sobre a atual prevenção de fogos na Região Autónoma da Madeira, o diretor regional de Florestas assegurou que existe vigilância.
«Acontece é que não há vigilância que valha a ocorrência de múltiplos fogos, ainda mais no pior momento climático possível», acrescentou.
O responsável afirmou ainda que estes incêndios têm ação humana, pelo que são «fogos criminosos», tornando-se «muito difícil controlar este tipo de fatores».