Ler está na moda: João Aguiar

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João Casimiro de Aguiar (Lisboa, 28 de Outubro de 1943 – Lisboa, 3 de Junho de 2010) foi um jornalista e escritor português de grande relevância. Passou parte da sua infância na Beira, Moçambique, onde idealizou muitas historias que pensou plasmar num livro, ainda que tenha desistido da ideia durante algumas décadas, até converter o seu sonho em realidade.

Frequentou em Lisboa os cursos superiores de Direito e Filosofia, mas esses não eram o seus caminhos e licenciatura foi feita em Jornalismo na Universidade Livre de Bruxelas. Regressou a Portugal em 1976, colaborou em diversos jornais e foi guionista de televisão, mais especificamente trabalhou na RTP, onde iniciou a sua carreira em 1963 e assinou vários espaços no Diário de Notícias, A Luta, Diário Popular, O País e a Sábado. Colaborou regularmente na Superinteressante e na revista Tempo Livre. Antes, cumpriu o serviço militar num comissão em Angola produzindo rádio para as tropas.

Aguiar é o autor da bem sucedida novela histórica Viriato («A voz dos Deuses», como se publicou em Portugal em 1984), há mais de 25 anos, e nela voltou a abordar a heróica resistência da Ibéria face ao poder de Roma, tal como diz a crítica: Serve-se “do testemunho de personagens ricas e de uma profundidade psicológica extraordinária: um filósofo grego, um general romano e um jovem escravo lusitano”. O escritor centra a novela no protagonista e narrador da historia, um personagem que se cruzara com Viriato em diversas ocasiões.

A obra de Aguiar é bastante extensa e nela cabe mencionar: Uma incursão no esoterismo português (1983), O homem sem nome (romance) (1986), O trono do altíssimo (1988), O canto dos fantasmas (1990), Os comedores de pérolas (1992), A hora de Sertório (1994), A encomendação das almas (1995), Navegador solitário (1996), Inês de Portugal (1997), O dragão de fumo (1998), A catedral verde (2000), Diálogo das compensadas (2001), Uma deusa na bruma (2003), O sétimo herói (2004), O jardim das delícias (livro) (2005), O tigre sentado (livro) (2005, 2ª ed.), Lapedo – uma criança no vale (2006) y O Priorado do Cifrão (2008).

Sebastião e os Mundos Secretos e Bando dos Quatro foram séries destinadas ao público mais jovem e também escreveu um libreto para ópera “A Orquídea Branca” de Jorge Salgueiro, estreada em 2008.

Numa autobiografia que redigiu para o «Jornal de Letras» em 2005, Aguiar expressava: “A minha vida não dava um livro, e ainda bem. Em compensação, o facto de os meus livros darem uma vida — boa ou má, não importa para o caso – , esse facto devo-o, em grande parte, aos momentos de não glória que acabo de relatar. E estou-lhes muito grato.”

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