Luso-venezuelano quer ser o primeiro paraplégico paraquedista

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Jhony Ferreira quer ser o primeiro paraplégico paraquedista da Península Ibérica. Filho de emigrantes, Jhony viveu sempre entre Oliveira do Bairro e a Venezuela. Em janeiro de 1999, com 21 anos, foi vítima de um assalto com arma de fogo na Venezuela que o deixou paraplégico.

Mais de duas décadas depois, não consegue recordar com clareza o misto de sentimentos com que foi confrontado na altura. Jhony Ferreira confessa que deixou para trás a revolta e o medo do desconhecido e decidiu seguir com a sua vida «procurando sempre mais» com a ajuda e o apoio da namorada, que mais tarde se viria a tornar sua mulher. Juntos provaram que «o céu é o limite».

Para o luso-venezuelano, a possibilidade de voar sempre o fascinou. Antes da lesão, chegou até a tentar entrar na Força Aérea. Mesmo que a oportunidade não se tenha concretizado, o sonho, esse, nunca desapareceu.

Impossibilitado de caminhar, 19 anos depois do assalto, em 2018, Jhony Ferreira experimentou a sensação de voltar a ser livre ao saltar de paraquedas com a ajuda de um instrutor de uma escola, em Évora, a única que realizava saltos adaptados. Apesar do nervosismo, aquela foi «uma das maiores alegrias» que sentiu na vida, revela.

Mais tarde, à conversa com o instrutor, descobriu ser possível vir a saltar sozinho. Ser livre. Autónomo. Para tal, Jhony Ferreira precisa de ir a um «túnel de vento», em Madrid, para verificar o comportamento do corpo no ar em ambiente controlado. Depois, terá de frequentar um curso que permitirá que o luso-venezuelano aprenda todas as técnicas que lhe permitam ter autonomia no salto. O único senão é o facto de todos esses requisitos terem um custo que Jhony não consegue suportar sozinho.

Sem baixar os braços ou desistir, o luso-venezuelano criou uma campanha de crowdfunding através da qual espera conseguir atingir o seu objetivo. Até à data, Jhony Ferreira ainda só conseguiu arrecadar 10% do valor necessário. Até dia 26 de novembro, espera reunir os mais de 5000 euros que lhe faltam para poder voltar a sentir-se livre.

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