Oposição venezuelana quer rever Constituição para reduzir mandato presidencial

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LUSA.- O partido da oposição Causa R (Causa Radical) apresentou no parlamento venezuelano, em que a oposição é maioritária, uma proposta para rever a Constituição, no sentido de reduzir a duração o mandato presidencial de seis para quatro anos.

A proposta prevê ainda que sejam convocadas eleições presidenciais antecipadas e que seja eliminada a possibilidade de reeleição presidencial ilimitada, para permitir que o chefe de Estado possa unicamente candidatar-se a dois mandatos seguidos.

«A Venezuela vive uma crise extrema e irreversível e os que nos conduziram a este abismo não dão nenhum sinal de retificação. Pelo contrário, o que fazem é persistir nos erros, por isso propomos submeter a consideração plenária e de todo o país a aprovação de uma ‘Emenda’ Constitucional», anunciou o deputado Andrés Velásquez.

Segundo o deputado, dentro do parlamento e em organizações políticas venezuelanas «há uma opinião favorável, inclusive do próprio presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup» quanto à alteração constitucional e à convocação de eleições presidenciais antecipadas, para dezembro deste ano.

«Todos concordam que (o Presidente) Nicolás Maduro não pode continuar à frente do Governo, pelos riscos que acarreta para a estabilidade do país», frisou.

Relativamente às autoridades locais, Andrés Velásquez acrescentou que a sua proposta prevê que os governadores e presidentes de câmaras municipais sejam eleitos por um período de quatro anos e reeleitos apenas mais duas vezes.

«Para os magistrados (do Supremo Tribunal de Justiça) propomos a redução do atual período de 12 anos para seis, de modo a que a Assembleia Nacional possa ir substituindo os magistrados à medida que eles concluam o mandato», frisou.

A legislação venezuelana contempla duas «figuras jurídicas» para rever a Constituição, a «emenda» e a «reforma».

A «emenda» visa adicionar ou modificar um ou vários artigos da Constituição sem alterar a sua estrutura fundamental e pode ser efetuada por iniciativa de 15% dos eleitores, por 30% dos deputados ou pelo Presidente da República, em Conselho de Ministros.

A «reforma» constitucional tem como propósito uma revisão parcial da Carta Magna e a substituição de uma ou várias normas, sem modificar a estrutura e princípios fundamentais do texto e pode ser suscitada com os votos da maioria dos 165 deputados do parlamento (o Governo conta com o apoio de 55 deputados), pelo Presidente da República em Conselho de Ministros ou por um número não menor de 15% dos eleitores venezuelanos.

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