Participação de Portugal na Filven foi um sucesso

Mais de 1.300 kg de livros portugueses esgotaram durante os primeiros quatro dias do evento

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Sucesso. Esta é a palavra que melhor define a participação portuguesa na 11° Feira Internacional do Livro da Venezuela (Filven), que decorreu entre 12 e 22 de Março nos espaços do Teatro Teresa Carreño, em Caracas. Mais de 1.300 kg de dicionários, livros para o ensino do idioma português e outros textos de autor esgotaram durante os quatro primeiros dias do evento.

Com grande optimismo, o coordenador do Ensino da Língua Portuguesa na Venezuela pela Embaixada de Portugal e o Instituto Camões, Rainer de Sousa, qualificou como “sucesso” a participação, sublinhando ao mesmo tempo a necessidade de se continuar a participar nestas iniciativas para satisfazer a elevada procura de textos em português neste país. “Queremos que as editoras venham novamente e tragam mais textos para a nossa comunidade”, disse.

“Algumas pessoas ficaram chateadas porque os livros esgotaram muito rapidamente. Tivemos que limitar o número de textos por pessoa, para que assim todos pudessem ter algum. Cada editora decidiu a quantidade de textos a trazer. No caso da Lidel, que já conhecia o mercado, trouxeram uma tonelada. Já a Porto Editora, que participou pela primeira vez, veio com 300 kg de livros. Ambas ficaram satisfeitas com a resposta dos compradores e querem continuar participando nestas iniciativas para acompanhas a comunidade luso-venezuelana na sua aprendizagem do idioma” explicou de Sousa, ressaltando ainda a participação de diversos grupos culturais do Centro Português nos espaços abertos da feira.

Por seu turno, a leitora do Instituto Camões e directora do Centro da Língua Portuguesa, Sofia Saraiva, destacou a resposta positiva das pessoas que compareceram na feira face ao stand da Embaixada de Portugal e do Instituto Camões. “É a nossa segunda participação na feira. O nosso foco este ano foi motivar as pessoas a aprender o português e apoiar as duas editoras lusas que marcaram presença. Queremos melhorar a oferta educativa de português que há na Venezuela e pudemos ver na feira que o interesse pelo idioma é enorme”, comentou.

Nuno Marques, assessor pedagógico da Lidel, mostrou-se igualmente satisfeito com os resultados obtidos: “Já estivemos anteriormente na Venezuela com o Instituto Camões, apoiando o crescimento da língua portuguesa neste país. A editora existe desde há 50 anos e dedica-se desde então a elaborar uma grande quantidade de textos para o ensino do idioma. Nesta feira, a procura por livros foi imensa e quase se esgotou o nosso stock nos três primeiros dias. Trouxemos mais de uma tonelada de livros e achamos que não foi suficiente. A procura é muito grande e por isso queremos reforçar a nossa presença na Venezuela”, disse.

“A iniciativa é importante porque reúne num mesmo lugar múltiplas editoras, de diversos países e culturas.

Permite-nos enfrentar as dificuldades que existem para importar os textos, além de oferecer preços muito atractivos para que as pessoas adquiram os textos e prossigam os seus estudos. Continuaremos procurando a forma de acompanhar a comunidade lusitana nesse bonito desafio de aprender a falar português”, assegurou Marques.

O representante da Porto Editora, Alfredo Rocha, observou, por seu turno, que a empresa a que representa decidiu participar na feira como resposta a um desafio lançado pelo Instituto Camões. “Valeu a pena, já que nos três primeiros dias, esgotámos o nosso stock de mais de 250 kg de livros. Apostámos fortemente em três vertentes: dicionários, novelas e literatura infantil. E posso dizer que foi um êxito”, explicou.

“Creio que é muito importante marcar presencia na Venezuela e já o disse à coordenação do ensino que podem contar sempre com a nossa presença. O idioma português é uma língua com grande história, sinónimo de uma cultura muito rica, pelo que tem muito valor no mundo. Portanto, este é o princípio de uma relação para a qual não lhe vejo fim. A Porto Editora sempre estará presente na Venezuela cada vez que seja necessário”, sentenciou Alfredo Rocha.

Presidente Maduro recebe obsequio luso
Durante a inauguração da Filven, na quinta-feira, 12 de Março, o presidente Nicolás Maduro percorreu os stands dos diferentes países participantes na 11° edição da iniciativa cultural que este ano prestou homenagem aos 100 anos do nascimento do dramaturgo, poeta e jornalista periodista César Rengifo.

O presidente da Venezuela aproximou-se dos três stands da representação lusa, onde recebeu um dicionário de português da Porto Editora, um livro da Lidel e um CD da Andrea Imaginario como obséquio da Embaixada de Portugal.

Na feira participaram 152 expositores: 121 nacionais e 31 internacionais provenientes da Argentina, Alemanha, Brasil, China, Austrália, Cuba, Equador, França, Haiti, País Vasco, Irão, Itália, México, Espanha, Palestina, Panamá, Peru, Portugal, Porto Rico e República Dominicana. A 11.ª edição da Filven contou com 213 stands.

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Um idioma em ascensão
Sofia Saraiva acredita que a língua portuguesa vive um dos seus melhores momentos dos últimos séculos. “É uma língua que te permite viajar por vários continentes e abarca muitas culturas. É uma língua extremamente rica, com um léxico que varia muito de um país para outro. A sua riqueza está na diversidade”, disse, assegurando que “na Venezuela o idioma está em pleno apogeu”.

A leitora recordou que actualmente o Instituto Camões coloca todos os seus esforços em fazer crescer a língua portuguesa na Venezuela. “O instituto Camões tem cumprido um papel fundamental na coordenação do ensino a nível nacional e na profissionalização dos professores. Actualmente, promovemos o curso de professores de português como idioma estrangeiro, que se será dado online na Universidade de Carabobo”, disse. Por outro lado, assegurou que continuam a trabalhar “para que em Maio levemos a cabo o próximo encontro de professores de idioma luso na Venezuela. E na UCV estamos fazendo alguns cursos livres e gratuitos para complementar a formação, como por exemplo os clubes de pronunciação e o de literatura e sociedade. Tivemos a reabertura da cátedra de Fernando Pessoa. Este ano realizaremos novamente as certificações. Temos muitos projectos e esperamos continuar crescendo”, disse.

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[quote_box_center]Editoras apresentam livros a professores
Na noite de terça-feira, 17 de Março a direcção de Cultura do Centro Português promoveu um encontro entre professores de língua portuguesa e os representantes da Editorial Lidel e Porto Editora, com a finalidade de que ambas empresas realizarem a apresentação dos seus produtos. Os representantes da primeira aproveitaram a oportunidade para apresentar o livro “Passaporte português”, que é uma ferramenta para o ensino do idioma num país como a Venezuela.[/quote_box_center]

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Editor - Jefe de Redacción / Periodista sferreira@correiodevenezuela.com Egresado de la Universidad Católica Andrés Bello como Licenciado en Comunicación Social, mención periodismo, con mención honorífica Cum Laude. Inició su formación profesional como redactor de las publicaciones digitales “Factum” y “Business & Management”, además de ser colaborador para la revista “Bowling al día” y el diario El Nacional. Forma parte del equipo del CORREIO da Venezuela desde el año 2009, desempeñándose como periodista, editor, jefe de redacción y coordinador general. El trabajo en nuestro medio lo ha alternado con cursos en Community Management, lo que le ha permitido llevar las cuentas de diferentes empresas. En el año 2012 debutó como diseñador de joyas con su marca Pistacho's Accesorios y un año más tarde creó la Fundación Manos de Esperanza, en pro de la lucha contra el cáncer infantil en Venezuela. En 2013 fungió como director de Comunicaciones del Premio Torbellino Flamenco. Actualmente, además de ser el Editor de nuestro medio y corresponsal del Diário de Notícias da Madeira, también funge como el encargado de las Comunicaciones Culturales de la Asociación Civil Centro Portugués.

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