CORREIO/LUSA
O primeiro-ministro e presidente do PSD afirmou, na terça-feira, 14 de Julho, que não espera fazer novos cortes nas pensões, mas acrescentou que isso depende de uma negociação em que pretende envolver o PS sobre a reforma da Segurança Social.
Em entrevista à SIC, conduzida pela jornalista Clara de Sousa, Pedro Passos Coelho foi questionado se prevê fazer mais cortes nas pensões. «Não estamos à espera disso. E os 600 milhões que nós identificámos no Programa de Estabilidade não têm que ver necessariamente com cortes», respondeu.
Interrogado se podia garantir que não haverá novos cortes nas pensões, o chefe do executivo PSD/CDS-PP declarou: «Isso depende daquilo que for a negociação que nós queremos ter com o PS sobre essa matéria».
Nesta entrevista, Passos Coelho reiterou a tese de que Portugal tem «um problema com os sistemas previdenciais públicos, eles são deficitários», e de que é necessária uma reforma da Segurança Social que envolva o PS. E não quis «fechar os termos da reforma», em nome de um futuro acordo com os socialistas.
«Julgo que, depois de tantas instituições terem reconhecido esse problema, nós temos a obrigação, com o PS, de chegar a um entendimento sobre isso», afirmou.
«Portanto, eu espero sinceramente que o PS, já que o não quis fazer até às eleições, depois das eleições aceite fazer a reforma da Segurança Social», completou.
Questionado se a reforma da Segurança Social que tem em mente passa pela introdução de plafonamentos, o primeiro-ministro não quis responder.
«Pode passar por várias coisas. Mas, uma vez que nós estamos firmemente disponíveis para poder ter um consenso alargado na sociedade portuguesa sobre essa reforma, até para ela poder ser duradoura, não quero estar a fechar os termos da reforma, prefiro falar dos seus princípios», argumentou.
«Porquê? Para que o PS não venha dizer: os senhores ainda não acertaram nada connosco e já estão a dizer como é que vão fazer a reforma. Portanto, eu gostaria de deixar isto em aberto, sendo certo que é um problema que temos e que precisamos de resolver», justificou Passos Coelho.
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Passos pede «ganhador inequívoco» nas legislativas
O presidente do PSD defendeu, que as legislativas devem resultar num «ganhador inequívoco» com maioria absoluta para governar, seja a maioria PSD/CDS-PP ou o PS, e remeteu uma decisão sobre candidaturas presidenciais para depois dessas eleições.
«Eu dei tudo o que podia para oferecer aos portugueses uma solução política de estabilidade. Julgo que quem ganhar as eleições deve procurar ganhá-las com uma maioria absoluta, seja a coligação que eu lidero, seja o PS. É preferível que haja um ganhador inequívoco nas eleições, para que o país possa ter um Governo com estabilidade para governar», afirmou Pedro Passos Coelho, em entrevista à SIC.
Interrogado sobre as candidaturas às eleições presidenciais, o presidente do PSD reiterou que só falará do assunto depois das legislativas, acrescentando: «Independentemente de todos os factos, nós não iremos fazer nenhuma escolha daqui até lá, e eu não irei perder um segundo a falar sobre eleições presidenciais daqui até às eleições legislativas».
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