O buraco fiscal deixado pela rapina oficial não tem comparação na história da república. Pérez Jiménez e Carlos Andrés, dois dos piores regimes nefastos que também saquearam o país, e que, por certo, este último junto com o COPEI, foram os “parteiros” do desastre actual, ficaram na memória como uma sina de aprendizes e iniciados na corrupção desenfreada ao compara-los com as avassalantes acções da maior parte das extraordinárias comissões que se observam hoje, produto de uma corrupção sem limites e sem responsáveis. Por outras palavras, delitos sem delinquentes. Não é necessário ter realizado uma auditoria para sabermos que os cofres do tesouro foram dilapidados na sua totalidade. Basta com ver em cada canto do país as enormes filas que diariamente denunciam o terrível desempenho de uma classe política que, ainda que pela televisão e em cadeia diga o que diz, acabou com os recursos dum país tão rico. Agora o que é que falta ver? Pois ainda que pareça mentira, ainda falta. Na Alemanha nazi, durante a segunda guerra mundial, o regime de Hitler ocultou até ao último momento as políticas de extermínio dirigidas para acabar com os judeus e outras relacionadas com a ampliação do território alemão à força de mentiras e manipulando os acordos celebrados com outras nações europeias. Joseph Goebbels, Ministro de Propaganda do regime, controlava totalmente a máquina comunicacional, tal como ocorre hoje aqui e o regime designa-a por: “hegemonia comunicacional”. Tanto na imprensa nacional venezuelana como na televisão se diz tudo por razões óbvias, sob pena de que, como ocorreu com a Radio Caracas TV, seja encerrado sob qualquer pretexto. Não será senão até que esta classe abandone o poder, momento que por certo está cada vez mais próximo, quando poderemos conhecer as verdadeiras cifras dum país em queda e que poderia ter sido convertido num paraíso.