Os miúdos, era um jogo de rapazes, faziam um círculo no chão, a regra era atirar o pião ao centro e perdia quem não acertava. Era tudo uma questão de habilidade, que o pião tinha de girar e os ‘ases’ do jogo até os levantavam com a mão como se fosse simples.
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Os treinos do jogo do pião levavam tardes inteiras das infâncias de há 40 e 30 anos, quando as crianças brincavam na rua em bandos. E havia modas de brincar aos carrinhos de canas, de deslizar com carrinhos de esferas pelos caminhos abaixo, de altear joeira.
Depois, alguém se lembrava do pião e havia aqueles campeonatos de círculo no chão, desenhado com pedacinho de telha, que era o que riscava melhor no cimento. Os participantes iam buscar os piões, enrolavam o fio e zás os piões iam ao chão e ficavam a rodar.
Às vezes essas tardes acabavam mal que aquilo de atirar os piões e mantê-los todos juntos nem sempre era possível, havia maldade e lá se partia um. E o dono não ficava contente e, pronto, não havia outra maneira senão porrada.
Os piões, em forma de pêra, feitos de madeira e com ponta de metal, vendiam-se nas mercearias e traziam junto o fio. O fio era essencial, era o que fazia girar o pião. Primeiro, era preciso enrolar e, depois, atirar como se fosse um chicote. E, por um mistério que só os talentosos sabiam, o pião ia ao chão e girava.
Os velhos piões de madeira caíram em desuso, mas ainda se vendem em lojas de produtos tradicionais. Os miúdos de hoje já não brincam com eles e encontraram um sucessor mais ao gosto actual e em plástico, sem pontas de metal e sem fio para enrolar: o bebyblade. O pião era o avô deste brinquedo.