A transportadora aérea TAP considerou no domingo que houve um «avanço construtivo» nas negociações com o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e este fala em melhorias, mas remete pormenores para a assembleia-geral desta segunda-feira.
Num comunicado interno divulgado no domingo e enviado à Lusa, a comissão executiva da TAP congratula-se «com o avanço construtivo e muito significativo nas conversas tidas com o SNPVAC nas últimas 24 horas».
Contactado pela Lusa, o presidente do sindicato dos tripulantes, Ricardo Penarróias, disse que a proposta apresentada pela TAP «teve melhorias», mas escusou-se a adiantar mais pormenores, remetendo para a assembleia geral de trabalhadores que está marcada para segunda-feira, às 11:h30.
«Os trabalhadores são soberanos para decidir se mantêm a convocação da greve ou se a desconvocam», disse.
Do lado da transportadora aérea, a comissão executiva tem a expectativa de que a última negociação seja um «derradeiro esforço» para evitar a greve, convocada para o período entre 25 e 31 de janeiro.
Os tripulantes, reunidos em assembleia-geral na quinta-feira, rejeitaram, pela segunda vez, uma proposta da TAP, que ia ao encontro de 12 das 14 reivindicações do SNPVAC, na tentativa de evitar uma nova greve.
A TAP anunciou na quinta-feira que a greve dos tripulantes levará ao cancelamento de 1.316 voos e gerará um impacto direto de 48 milhões de euros.
A TAP tem estado em negociações com os sindicatos, para novos acordos de empresa, enquanto está a ser alvo de um plano de reestruturação que implica cortes salariais.
Recorde-se que este sindicato realizou uma greve de tripulantes da TAP nos dias 8 e 9 de dezembro, que levou a companhia aérea a cancelar previamente 360 voos e teve um impacto estimado total de oito milhões de euros.
Na terça-feira passada, a presidente executiva da companhia aérea disse, numa mensagem aos colaboradores a que a Lusa teve acesso, que a TAP ia investir 48 milhões de euros em remunerações aos trabalhadores, «para alívio dos cortes salariais», tendo registado, no ano passado, uma «das maiores receitas da sua história».
O presidente do sindicato dos tripulantes disse à Lusa que o sentimento de insatisfação dos trabalhadores «é gigante», mas mantém a porta aberta ao diálogo com a empresa.
Fonte: LUSA