Ommyra Moreno Suárez
Após ter conseguido um impressionante êxito na sala do Celarg, em Caracas, a obra de dança-teatro Metamórphosis, onde a lusodescendente Tinia Gonçalves é diretora, produtora e coreógrafa, foi apresentada no sábado dia 25 e no domingo dia 26 de março, na Sala Creativa do Centro Cultural Santa Fe del Colegio de Médicos. A montagem mistura a dança com intensas atuações com o objetivo de refletir como a mulher tem conseguido superar difíceis barreiras ao longo da história.
«Como as figuras femininas, através do erotismo, conseguem identificar-se como mulheres, os seus sentimentos, inquietudes, fantasias e no final conseguir a liberdade. Desta forma, consegue contrapor a repressão que tem sofrido a mulher durante muito tempo, destacando o plano sexual que para muitas religiões é visto como um tabu, nesta posta em cena, procurando a descoberta sem censura, mas com a mistura artística da dança-teatro, como os projetores desta realidade», disse Gonçalves.
Ainda, destacou que as coreografias foram desenhadas para plasmar o descobrimento da mulher. «O erotismo é uma linguagem, uma procura, uma forma de ser e de viver. É um aspeto relacionado com a atitude que jaz em todo o ser humano, é saber identificar e jogar com os nossos sentidos e como os plasmamos através da sugestão, a fantasia e a imaginação. Tudo isto sob um ambiente erótico, misterioso e impactante, com a premissa de conseguir uma metamorfose nos espetadores e que estes consigam perceber em cada atuação e dança o sentir da mulher sofrida que consegue a sua liberdade plena», disse.
Por seu lado, Luis Gustavo Chacón, crítico teatral, explicou que nesta posta em cena, Tinia Gonçalves faz finca-pé sobre a importância de acabar com práticas consideradas abusivas para o sexo feminino e a diversidade sexual.