Sabemos e está claro de que quem foi abusado durante a infância, em adulto converte-se em abusador. De vítima, transformou-se em agressor. Mas o que é que ocorreria se uma pessoa pudesse transformar ou eliminar essa dor que sofreu e ainda a atormenta? Total, mostrando ressentimentos, raivas e vinganças não poderão desfazer o que está feito. Ninguém disse que seria fácil esquecer, mas é possível e até necessário. Evidentemente que deve haver grandeza na alma e no coração para poder gerir essas emociones malignas que, na maioria dos casos, acabam em doenças terminais. Temos exemplos muito recentes que ratificam o que aqui está escrito. Nelson Mandela esteve na prisão uns longos 28 anos e quando saiu não mostrava a raiva e o ressentimento que, por “lógica”, devia sentir em relação aos seus carcerários. Mais bem transformou tudo o que sentia em vitórias. Depois foi presidente do seu país. E tem sido um exemplo para o mundo inteiro e até foi merecedor de um reconhecimento mundial ao receber o premio Nobel da Paz.
Aqui vivemos dias de ira, ressentimento e dor, agigantados por razões que de nada serve explicar porque não serviriam para nada. Estou a par de que há indivíduos errados no seu pensamento que lêem estas linhas e até me escrevem, mas lamentavelmente são “incompetentes inconscientes”. Neste plano da existência estamos de passagem e há que semear para poder recolher uma boa colheita. Quanta falta faz um Mandela na Venezuela, que seja capaz de refundar e transformar os fundamentos da república e recuperar tudo o que foi perdido. Creio que a dor que agora sofre a maioria dos venezuelanos não teria que ocorrer, caso houvessem indivíduos capazes de reconhecer os erros cometidos. Com sorte, a muito curto prazo, lograremos encontrar o rumo perdido durante estes últimos anos de dor e tristeza, içar as velas da prosperidade e retomar a marcha, detida hoje por homens sem honra e sem ética. Encontremos a luz.