A União Europeia pediu nesta quarta-feira (24) para que o governo da Venezuela volte atrás na decisão de obrigar a embaixadora da UE, Isabel Brilhante, a abandonar o país em um prazo de 72 horas.
«A UE lamenta profundamente esta decisão, que apenas isolará a Venezuela internacionalmente. Pedimos que a decisão seja revertida», disse à Agência Efe a porta-voz do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), Nabila Massrali.
Mais cedo, o governo da Venezuela declarou a diplomata portuguesa como ‘persona non grata’ e deu a ela o prazo de 72 horas para deixar o país, como forma de responder às sanções aprovadas pelo bloco contra 19 políticos e autoridades venezuelanos. A UE não reconhece as eleições de 6 de dezembro do ano passado no país sul-americano.
O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, entregou o documento com a comunicação das decisões à diplomata nesta quarta-feira, um dia após a Assembleia Nacional (parlamento) solicitar ao governo a adoção da medida, por considerar que a UE interferiu em assuntos internos do país.
O chanceler se reuniu com Brilhante por cerca de uma hora, encontro que, segundo Arreaza, serviu para explicar «o desrespeito à Constituição» representado pelas sanções europeias contra autoridades venezuelanas.
A porta-voz do SEAE disse que a «Venezuela apenas superará sua crise atual através da negociação e do diálogo, ao qual a UE está completamente comprometida», mas afirmou que a decisão de hoje impacta essa vontade de cooperação.
No dia 29 de junho de 2020, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, já havia ordenado a saída de Brilhante do país, decisão que acabou sendo revogada em 2 de julho, com a esperança de que facilitasse o diálogo entre as partes.
Aquela decisão também foi precedida por outra rodada de sanções por parte dos países da União Europeia à Venezuela.