CORREIO / AGENCIA LUSA.- O Instituto Nacional de Aviação Civil da Venezuela (INAC) emitiu um aviso de que as operações aéreas nacionais e internacionais vão continuar com restrições até o próximo 12 de junho.
Segundo o INAC trata-se de uma medida para “continuar a garantir a segurança do povo venezuelano e a oferecer o apoio necessário durante a contingência atual perante a pandemia da covid-19”.
No aviso explica-se ainda que estão excluídas das restrições “as operações em estado de emergência, voos de carga e correio, aterragens técnicas, voos humanitários, de repatriação ou voos autorizados pelas Nações Unidas, e voos de carga e comerciais”.
“Como medida preventiva perante o vírus, os passageiros deverão cumprir com a quarentena social coletiva, sob estrita supervisão do Estado, assim como submeter-se às avaliações médicas correspondentes”, salienta-se.
Segundo o INAC, “os voos excetuados deverão contar com pré-autorização de parte da Autoridade Aeronáutica Venezuelana, das autoridades sanitárias e de migração”.
A 12 de março, a Venezuela restringiu, pela primeira vez, as operações aéreas no país, depois de declarar o estado de emergência devido ao surto do novo coronavírus.
Primeiro foram suspensos os voos provenientes da Europa e da Colômbia e dois dias mais tarde da República Dominicana e do Canadá, uma medida que depois foi aplicada a todos os voos nacionais e internacionais.
Antes das restrições pela covid-19, o Governo venezuelano suspendeu a 17 de fevereiro, por 90 dias, as operações da companhia aérea portuguesa TAP, “por razões de segurança”, após acusações de transporte de explosivos num voo oriundo de Lisboa. As autoridades venezuelanas consideraram que a TAP, nesse voo entre Lisboa e Caracas, violou normas de segurança internacionais, permitindo explosivos, e também ocultou a identidade de Juan Guaidó, da lista de passageiros. O Governo português pediu um inquérito para averiguar a veracidade das acusações que envolviam a transportadora aérea portuguesa, dizendo não ter qualquer indício de irregularidades no voo.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prolongou até 13 de junho, o estado de alerta em vigor no país desde 13 de março, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia da covid-19.
“Estou a assinar a renovação do decreto do estado de alarma por mais 30 dias, para continuar a proteger o nosso povo. Passo a assinar, aprovado”, disse Maduro durante uma reunião de trabalho dedicada à agroindústria, transmitida pela televisão estatal venezuelana.
Nicolás Maduro explicou que se a Venezuela relaxar as medidas de prevenção da quarentena pode haver um aumento dos casos, “como na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil”.
“Eu digo à família venezuelana que não relaxe, que [tenha] mais disciplina e mais consciência. A Venezuela conseguiu muito (em prevenção) ao compararmos com outros países. Temos 423 casos, 220 recuperados e apenas 10 mortes”, afirmou o chefe de Estado.
Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena e impedidos de circular livremente entre os vários Estados do país.